Cabe um paralelo para entendermos a dimensão do problema em que nos enfiamos.
No blog Diário de um Patrulheiro, do colega de Portugal Geninho, ele lançou um post lembrando a quantidade de mortes de policiais em serviço naquele país.
Desde 2003, em quatro anos portanto, já foram assassinados 10 policiais, sendo quatro da PSP e 6 da GNR. A Polícia de Segurança Pública (PSP) faz basicamente o serviço de polícia na capital, e a GNR (Guarda Nacional Republicana) realiza o patrulhamento nas áreas rurais.
Geninho revela o relato de uma testemunha que presenciou quando um policial flagrou quatro assaltantes encapuzados: “O primeiro a sair do jipe, tombou logo”. O policial foi alvejado na cabeça.
Logo deve vir, em qualquer pessoa que raciocine minimamente, o pensamento “10 mortes em 4 anos, enquanto no Brasil, em uma cidade, 10 mortes normalmente ocorrem no prazo de uma semana!”.
Não, não são eles, os policiais portugueses, quem estão fazendo uma tempestade num copo d’água. Somos nós, omissos e acomodados, nós policiais, nós cidadãos. Aceitamos, quase que passivamente, os devaneios de políticos demagogos que se sucedem no controle da segurança pública, de nossa segurança, enquanto a sociedade em geral cheira cocaína em quantidade industrial.
Agora, por exemplo, nem tenho a conta, para fins de mórbida comparação, do número de policiais mortos no Rio em quatro anos. Não temos a conta nem do número relativo a somente o ano de 2007, não há dedos para contar.
Sinceramente? Os policiais, pouco a pouco estão se desiludindo e caindo na real, a solução é sair fora, salvar a própria pele e saúde que lhe resta. O pior é que a maioria que começa a se colocar indisponível para a Polícia e seus “dirigentes” são, não raro, os que mais se destacavam pela qualidade do serviço. A Polícia vai se resumir à ratazanas, “mãos-de macaco” e coisas do gênero.
“E minha segurança e de minha família?” pode se perguntar o leitor. Bem, fica a dica, o clima no sul do país é mais ameno. Eu particularmente gosto de frio.