
Informa ainda que, para este ano, o dinheiro que o Governo do Estado do Rio de Janeiro separou para investir no ICCE foi R$ 100 mil. E este valor ainda está contingenciado!
Foi então que eu percebi que, desde que começamos este Blog eu não falei nada sobre nossa Polícia Técnica. Quer dizer, até falei, do caos e abandono que é o IML, e como o Estado está pouco se lixando para a Segurança Pública. Nada além disso. Por que? Eu não acho importante?
Muito pelo contrário, acho fundamental, na verdade quando entrei para a Polícia, lotado em uma Delegacia do interior, a Perícia - tanto a Criminal quanto a Legista - ficava no mesmo prediozinho mofado que nós. E por conta disso eu tinha contato diário e freqüente com Peritos Criminais e Peritos Legistas, o que me trouxe a percepção de importância destes setores da Polícia Civil, e ainda alguns conhecimentos extras. E, ainda considerando que este tempo eu estava no Setor de Homicídios, nem preciso dizer que trabalhávamos conjuntamente quase que o tempo todo.
Por isso, vou tentar fazer artigos englobando com mais freqüência nossa cientistas forense, verdade que foi uma falha, mas atribuo a culpa disso ao momento que vivemos, a estarmos sendo vilipendiados pelo nosso próprio empregador, o Governo Estadual, que me deixa looouuco.
E já adianto: o investimento na Polícia Técnica é milionário sim, mas não milionário de 2 milhões não, é preciso centenas de milhões para um bom funcionamento. E nem vou comentar essa previsão de investimento do Governo que administra o Estado que tem a segunda maior arrecadação tributária do Brasil, no mínimo é humor negro.
E isto tudo só corrobora para nosso ponto principal: NÃO EXISTE POLÍCIA BOA E BARATA! E aproveito para lembrar que a tabela de Reescalonamento, base de nossas reivindicações, tem como topo os cargos de Perito Criminal e Perito Legista, além dos Inspetores e OCP da classe Comissário.
E lembro ainda que estes Peritos fazem parte do efetivo total da Polícia Civil do Rio de Janeiro, ou seja, somos menos de 10 mil servidores na ativa, representamos apenas cerca de 2% (DOIS) na folha de pagamento do Estado (só o Judiciário representa 30% para vocês terem uma idéia), e atendemos a uma população de aproximadamente 16 milhões de pessoas espalhadas em mais de 43 mil quilômetros quadrados, sem considerar o grande fluxo de turistas em diversas cidades de nosso Estado. E temos o 2º pior salário de todo o Brasil.
Depois ainda acham estranho que tenhamos uma produtividade tão medíocre...